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10 doenças que podem ser evitadas pelo simples hábito de lavar as mãos

images-2De um lado, uma pessoa tosse. De outro, espirra. É o tempo anunciando sua mudança com a sinfonia de pessoas assoando ou fungando o nariz. Para prevenir sua saúde de algumas doenças típicas dessa época, e de outras enfermidades oportunistas, nada melhor que… Lavar as mãos! O simples ato de lavar as mãos pode te livrar de diversas doenças, além de ajudar o Brasil a e ajudar o Brasil a economizar US$12 bilhões (segundo o Ministério da Saúde, esse é o valor gasto todo o ano no País com doenças causadas por vírus e bactérias).

Pense na sua rotina e responda: quantos objetos você toca? Difícil contabilizar, não é. Imagine a condição das suas mãos se você não tiver uma higiene adequada.

pessoa-usando-celular-transporte-publicoVivemos compartilhando objetos. Dentro do transporte público, por exemplo, onde alguém procura se segurar na barra de ferro para não cair, outra pessoa também faz o mesmo. No trabalho, no shopping, em uma festa, em um evento, na lanchonete, e em outros lugares, o banheiro é comum a todos e esse local reserva grande oportunidade para as bactérias e fungos agirem: a maçaneta, a descarga, a torneira. Sem falar que, entre um evento e outro, as pessoas costumam manipular dinheiro, celular e alimentos, proliferando ali a Hepatite A ou a Conjuntivite, por exemplo. Para se ter uma ideia do risco, uma pesquisa da Universidade do Arizona (EUA) constatou que o celular pode ter 10 vezes mais bactérias do que vasos sanitários.

Muitas vezes, é inevitável “conviver” com esses riscos, assim como é da natureza ter bactérias, vírus e fungos por todos os lados. Mas, tratando de enfermidades, a prevenção mínima com a higiene é fundamental. Considerando o contato com objetos que podem estar contaminados, e também o contato direto, como um simples aperto de mão, veja abaixo as principais doenças que podem ser evitadas pelo simples hábito de lavar as mãos:

1) GRIPE:

É causada pelo vírus Influenza, transmitida por via respiratória através de gotículas eliminadas por tosse ou espirro, penetrando pelas mucosas do nariz, olhos e garganta. Ela também ocorre pela contaminação das mãos com secreções respiratórias, contato direto com outras pessoas (aperto de mãos) ou indireto (tocar em superfícies contaminadas).

Sintomas: na gripe clássica sazonal (Influenza A H3N2 e Influenza B) os principais sintomas são febre, dor de garganta, coriza e dor de cabeça. Nos casos de H1N1, além dos sintomas já descritos, o doente sente dificuldade para respirar.

Recomendações: nesta época de mudança de temperatura é quando se observa o aumento de casos de gripe, então, reforce a limpeza das mãos com bastante água e sabão ou desinfete-as com produtos à base de álcool; Se puder, evite aglomerações e o contato com pessoas doentes; Não leve as mãos aos olhos, boca ou nariz depois de ter tocado em objetos de uso coletivo.

2) CONJUNTIVITE:

A conjuntivite pode ser causada por reações alérgicas a poluentes ou substâncias irritantes como poluição e o cloro de piscinas, por exemplo, e por vírus e bactérias. Neste último caso ela é contagiosa.

Sintomas: olhos vermelhos e lacrimejantes; pálpebras inchadas; sensação de areia ou de ciscos nos olhos; secreção; e coceira.

Recomendações: é preciso evitar ao máximo o contato pessoal e com objetos dos portadores da conjuntivite. Por isso, toalhas de rosto e de banho, lenços e certos tipos de roupas não devem ser compartilhados. Outra medida importante é não coçar os olhos. Coçá-los promove uma agressão física prejudicial e o agente da infecção pode ser transmitido pelas mãos. Por isso, é indispensável lavá-las com frequência. Se a coceira incomodar, uma compressa de água gelada é suficiente para aliviar o sintoma.

3) HEPATITE A:

Principal causa de hepatite aguda, o vírus da hepatite A é eliminado pelas fezes, desta forma, ao não higienizar a mão o indivíduo pode contaminar outra pessoa diretamente ou através da contaminação de alimentos.

Sintomas: alguns casos têm poucos sintomas, mas outros são caracterizados principalmente por mal-estar, náuseas, vômitos, amarelamento dos olhos e pele (icterícia), urina com cor semelhante a da coca-cola e desconforto abdominal.

Recomendações: a lavagem criteriosa das mãos é suficiente para impedir o contágio de pessoa para pessoa. Além disso, não coma frutos do mar crus ou mal cozidos e verifique se os instrumentos usados para fazer as unhas foram devidamente esterilizados.

4) GASTROENTERITES:

De acordo com a Unicef e a Organização Mundial de Saúde (OMS), a lavagem das mãos com sabonete pode reduzir infecções diarreicas em até 40%.

“Para que a infecção ocorra, é necessário que os germes sejam ingeridos e isso acontece quando as pessoas não lavam as mãos com água e sabão após ir ao banheiro ou trocar fraldas, e também em piscinas e lagos com quantidade insuficiente de cloro” – Dra. Thaís Guimarães, infectologista do Hospital das Clínicas.

5) ROTAVÍRUS:

É transmitido por via fecal-oral, pelo contato direto entre as pessoas, por utensílios, brinquedos, água e alimentos contaminados. É importante causa de doença diarreica, principalmente em crianças, podendo levar a quadros de diarreia aguda, geralmente aquosa, sem sinais de muco e sangue. Sintomas: vômitos; febre; coriza e tosse, às vezes; e, em muitos casos, desidratação.

6) SHIGELLA E SALMONELLA:

Bactérias causadoras de quadro diarreicos, muitas vezes relacionadas a surto por contaminação de alimentos. Causam diarreia volumosa, com náuseas e vômitos.

Recomendações: além de lavar bem as mãos, principalmente após usar o banheiro, lembre-se de lavar bem os alimentos (deixe mergulhados em solução desinfetante frutas e legumes que vão ser ingeridos crus); e use água tratada para beber e no preparo dos alimentos.

7) ESCABIOSE (SARNA):

Doença altamente infecciosa causada pelo parasita Sarcoptes scabie, transmissível pelo contato íntimo entre pessoas ou mesmo através das roupas. Esse parasita se alimenta da queratina, ou seja, proteína que constitui a camada superficial da pele.

As lesões mais comuns ocorrem entre os dedos das mãos e é, especialmente, a mão que serve de veículo para levar a escabiose a outros pontos do corpo. No homem, a infecção é comum nos genitais e, na mulher, nos seios.

Sintomas: prurido ou coceira, sintoma que se acentua à noite; pequenas lesões que podem formar uma crosta provocada pelo ato de coçar o local.

Recomendações: a escabiose é comum, principalmente, em locais de má higiene, então, além da higiene da mão ser fundamental, procure realizar troca de roupas diariamente porque o ácaro sobrevive horas, às vezes dias, fora do corpo. 

8) BRONQUIOLITE:

Pelo fato de seu aparelho respiratório não estar totalmente desenvolvido, bebês prematuros e menores de um ano correm risco maior de contrair a doença causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). As mãos e os objetos contaminados pela secreção impregnada de vírus vivos são veículos importantes para transmitir as viroses.

Sintomas: respiração difícil e acelerada; chiado; febre; e tosse.

Recomendações: lavar as mãos antes de chegar perto do bebê, sem dúvida nenhuma.

9) VARICELA (CATAPORA):

A transmissão do vírus da catapora ocorre por contato direto através da saliva ou secreções respiratórias da pessoa infectada ou por contato com o líquido do interior das vesículas.

Sintomas: início inespecífico de febre, mal-estar geral, posteriormente com aparecimento de lesões inicialmente avermelhadas, evoluindo para vesiculares e posteriormente para crostas.

Recomendações: procure evitar contato direto com pessoas doentes; e lave bem as mãos.

10) CANDIDOSE (OU CANDIDÍASE):

A primeira micose que uma pessoa pode pegar na vida é a candidose, conhecida popularmente como sapinho. Geralmente, ocorre quando a criança tem um ou dois meses e entrou em contato com o mundo do lado de fora do útero materno.

É causada por um fungo oportunista – a cândida – que, normalmente, é encontrado na boca, intestinos e na vagina. O contágio pode acontecer porque a criança teve uma diarreia e colocou a mão contaminada na boca, ou porque o bico do seio, as mãos da mãe ou algum objeto (bico da mamadeira, chupeta) estão infectados. Portanto, a doença tem caráter endógeno, isto é, sua origem está no próprio organismo da criança, ou caráter exógeno porque pode ser adquirida pelo contato com alguma superfície contaminada. Às vezes, a mãe ou uma mulher próxima têm cândida na vagina e contaminam as mãos, e isso pode promover a infecção da criança.

Sintomas: caracteriza-se pelo aparecimento de pequenas bolas brancas que podem formar placas principalmente na língua, mas também nos lábios e, às vezes, fora da boca.

Recomendações: um cuidado tão simples como lavar as mãos antes de lidar com a criança, na verdade, é a melhor profilaxia que existe para o sapinho. Evitar ficar beijando o nenê, especialmente se for portador de algum problema; e é importante esterilizar bicos de mamadeira e chupetas e prestar atenção nos brinquedos que a criança põe na boca.

 

Fontes:
Drª Rebecca Saad Bellini, infectologista do Hospital São Camilo
Drª Thaís Guimarães, infectologista do Hospital das Clínicas
Dr. Drauzio Varella (site)